O comprometimento do estado nutricional em pessoas idosas é um grave problema de saúde pública. Apesar de todos os dados alarmantes divulgados na última década sobre a influência negativa das alterações do estado nutricional no estado de saúde da população, a ocorrência da desnutrição na Europa é ainda muito elevada. Para piorar este cenário, as tendências atuais indicam que nesta faixa etária a prevalência de obesidade e de obesidade sarcopénica também vai aumentar. Estas mudanças no estado nutricional têm também implicações para a fragilidade, indicador que está fortemente associado com maior mortalidade em adultos idosos.
Outros indicadores do estado nutricional, como baixos níveis de vitamina D, desidratação e elevado consumo de sódio, são frequentemente associados a complicações clínicas em idosos.
A atual situação socioeconómica nos países que experimentam uma crise financeira, como é o caso de Portugal, leva-nos a prever que a frequência e as consequências do comprometimento do estado nutricional irão aumentar nos próximos anos. Além disso, em Portugal existem poucos profissionais de saúde altamente especializados e vocacionados para o setor de geriatria. Por outro lado, as escolas médicas não costumam incluir muita informação sobre nutrição nos seus curricula médicos. Provavelmente, devido a este fato, os registos hospitalares geralmente contêm poucas informações sobre o estado nutricional dos doentes.
As evidências internacionais sobre estes problemas nutricionais, juntamente com a ausência de dados sobre esta problemática em Portugal, reforçam a relevância deste projeto, o “Nutrition UP 65 – nutritional strategies facing an older demography”.
O estudo Nutrition UP 65 tem como objetivo reduzir as desigualdades nutricionais na população idosa Portuguesa.
Este projeto pretende, especificamente:
Usando uma amostragem aleatória, a amostra de estudo probabilística será composta por 1500 indivíduos com 65 ou mais anos, representativa dos idosos portugueses de acordo com idade, sexo, nível de ensino e área regional do país.
Usando a entrevista como procedimento de inquérito, serão recolhidas as seguintes informações:
O protocolo de estudo foi submetido a aprovação pela Comissão Nacional de Proteção de Dados e foi já aprovado por um Comité de Ética para a saúde.
Todos os participantes no estudo, ou os seus tutores legais, providenciarão consentimento informado por escrito.